O CLIWOC (Climatological Database for the World's Oceans) é um grupo de trabalho internacional liderado pelo Dr. Dennis Wheeler, investigador da Universidade de Sunderland (Inglaterra) encarregado de uma missão pioneira. Utilizando o manancial de observações meteorológicas inscritas nos diários de bordo antigos como fonte de informação sobre as alterações climáticas ocorridas ao longo da História.
À falta de compilações coerentes ou registos continuados, numa época em que ainda não se dispunha de equipamento especializado de precisão, consultar os diários de bordo dos veleiros de séculos passados torna-se num recurso válido para obtenção de dados meteorológicos, pois neles eram assentados com crescente regularidade a força e direcção do vento, a declinação magnética, assim como o estado do mar e do céu. Os membros do CLIWOC ocuparam-se durante 3 anos na recolha exaustiva dos dados observados através dos mares a bordo de navios ingleses, franceses, holandeses e espanhóis entre 1750 e 1850, considerando-se serem fontes de informação "consistentes e fiáveis".
Alguns dos mais ricos diários investigados são os das três grandes expedições do capitão James Cook ao Pacífico, prosseguidas durante vários anos (está disponível on-line o diário da primeira viagem). Actualmente, calcula-se que apenas se tenham pesquisado apenas 10% dos milhares de diários guardados nos arquivos europeus, devido a dificuldades no financiamento do projecto.
...e Ajudam a Prever a Meteorologia Futura
Com a ajuda destes velhos diários, será possível compreender de que maneira o clima mudou no passado, tornando-se por sua vez num instrumento valioso para recalibrar modelos de previsão que têm em conta futuras evoluções climáticas no nosso planeta. Uma parte da base de dados já está disponível em suporte electrónico, a qual será gradualmente actualizada nos próximos meses.
Notícias da BBC News Online e da ABC Science Online.
O HMS «Endeavour» descoberto?
A primeira viagem de circumnavegação do capitão Cook 1768-1771 a bordo do «Endeavour» foi justamente considerada de excepcional importâcia histórica deviso às suas valiosas contribuições no conhecimento científico, geográfico e náutico. No decorrer desta viagem, o capitão Cook tornou-se no primeiro marinheiro a calcular a sua longitude com precisão, recorrendo ao cronómetro (recentemente inventado).
Depois de partir da Inglaterra, o «Endeavour» fez escala na ilha da Madeira e daí prosseguiu até ao Cabo Horn entrando no Pacífico, dirigindo-se ao Tahiti, fazendo nova travessia até à Nova Zelândia e percorrendo a costa Leste da Austrália. Depois de algumas dificuldades encontradas na Grande Barreira de Coral, o navio foi reparado em Batavia, partindo finalmente de regresso a Inglaterra através do Índico, dobrando o Cabo da Boa Esperança. Ancorou nos Downs, frente à costa inglesa do Canal da Mancha em Junho de 1771, após uma viagem de perto de 3 anos. E esta foi apenas a primeira de três longas expedições, na última das quais encontraria a morte nas paradisíacas ilhas do Hawai.
Hoje em dia, pelo menos uma réplica do «Endeavour» navega em cruzeiro oceânicos.
Segundo notícia do "Advertiser", os responsáveis pelo Rhode Island Marine Archaeology Program noticiaram recentemente o provavel achado dos restos do «Endeavour». Sabe-se que o navio terminou a sua gloriosa carreira rebaptizado «Lord Sandwich» e afundado intencionalmente em Newport Harbour, no Estado de Rhode Island (Estados Unidos) em 1778, durante a Guerra da Independência norte-americana.
No entanto, apesar de os alegados vestígios (cuja extensão total alcança os 45 metros) terem sido localizados a apenas 12 metros de profundidade, os trabalhos de pesquisa têm sido repetidamente demorados devido à visibilidade quase nula e à vandalização do sítio subaquático praticada por caçadores de relíquias, além da já tradicional falta de verbas.
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