domingo, dezembro 14, 2003

Ainda a propósito de "Master and Commander: the Far Side of the World"...

Para quem gostou de ver e ouvir o capitão Aubrey ao largo da costa do Brasil bordo do HMS «Surprise» fazer-se entender em português aceitável... numa adaptação genuinamente bem conseguida de um famoso clássico literário inglês e reconstituição fascinante da guerra naval na época napoleónica, visitem-se algumas curiosidades históricas.

Relíquias da Vitória
Comece-se, por exemplo, por uma relíquia naval, a única vela de navio original sobrevivente da batalha de Trafalgar (1805). Medindo 25 por 16,5 metros, trata-se, mais precisamente, da vela de gávea do mastro traquete do HMS «Victory», navio de linha que liderou o ataque inglês (a bordo do qual o Almirante Lord Nelson sofreu o ferimento fatal que o vitimou), actualmente submetida a rigoroso tratamento de conservação por peritos em têxteis do Centro de Conservação Têxtil da Universidade de Southampton em conjunto com o "Mary Rose Archaeological Services Limited", processo dificultado pelos 90 buracos e rasgões sofridos no violento combate naval. Espera-se a sua completa reabilitação para exposição na comemoração do bicentenário da batalha em 2005.
Notícia da BBC.

Testemunhos das Expedições Científicas
Após traçarem rumo às paradisíacas ilhas Galápagos em busca do terrível «Acheron», o Dr. Stephen Maturin (Paul Bettany) não esconde a sua ânsia de registar todas as maravilhas naturais por descobrir naquele destino exótico. Uma piscadela de olhos ao feito realizado por Charles Darwin cerca de 30 anos mais tarde. Para quem reparou na óbvia fonte de inspiração, foram as viagens científicas de Darwin a bordo do «Beagle» e a sua passagem nas Galápagos que resultaram numa importante revisão científica sobre a evolução natural das espécies animais. à disposição dos leitores de hoje, os escritos de Darwin estão disponíveis aqui.

Curiosamente, o sítio de naufrágio do «Beagle» terá sido descoberto precisamente este ano no Condado de Essex, em Inglaterra, segundo certas notícias. O navio, um pequeno brigue de 235 toneladas lançado à água em 1820, tornou-se célebre quando acolheu o cientista inglês na sua viagem à volta do Mundo entre 1831 e 1836. Perdeu-se o rasto do navio em 1870, quando, já velho, foi leiloado aparentemente para ser desmantelado. Crê-se agora que parte substancial do casco do navio tenha sido abandonado nas margens alagadiças do rio Tamisa que mantiveram a sua conservação até aos dias de hoje.

A «Royal Navy» à escala
No passado mês de Novembro, a conhecida casa de leilões Christie’s vendeu uma miniatura de navio de guerra inglês de 40 canhões (escala 1:48, medindo 89 por 20 cm) do início do séc. XVIII, extremamente bem conservado, por 663.750 libras. Uma peça rara, proveniente de uma tradição naval inglesa que pressupunha a construção destes modelos não só para estudo da construção pelo Almirantado, como para uso decorativo dos altos oficiais da «Royal Navy», sendo montados nos mesmos estaleiros onde se construíam os autênticos navios de guerra de Sua Magestade Britânica.

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