Para lá de uma recente enchente de filmes históricos apresentados sob a forma de comédias ligeiras e romances grandiosos, mas assolapados, o género histórico-militar conheceu um novo ímpeto com o portentoso Gladiador (2000, de Ridley Scott), primeiro grande épico clássico em cerca de 40 anos, do qual aliás, o mesmo realizador prepara a segunda parte, prevista para 2006, além de terminar recentemente as filmagens de Tripoli , cuja acção decorre no Norte de África no início do séc. XIX e de preparar outros dois épicos históricos, um sobre as Cruzadas, Kingdom of Heaven e outro ainda, sobre Alexandre o Grande).
Da Grécia Antiga, passando pela medieval Guerra dos Cem Anos, com Jeanne d’Arc (1999, de Luc Besson) ao romântico séc. XIX, época em que decorre Last Samurai (2003, de Edward Zwick) aos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, como em Saving Private Ryan (1998, de Steven Spielberg) a indústria do Cinema não tem parado de inflacionar orçamentos par este género de filmes e a verdade é que as bilheteiras, em geral, não desmentem essa escolha.
Das espadas e lanças romanas aos canhões dos veleiros da época dos grandes impérios marítimos e aos grandes conflitos mundiais, surge uma variedade de temas e personagens transpostos com mais ou menos habilidade para o grande écrã.
Veja-se o mais recente exemplo de um filme histórico, com carácter puramente marítimo e militar (aqui, não há lugar para o romance amoroso): Master and Commander: the Far Side of the World (2003, de Peter Weir), com Russel Crowe na pele do protagonista, cujas cenas filmadas nas Galápagos e no mesmo estúdio utilizado por James Cameron para o Titanic (embora sem meter tanta água) prometem reconstituições intensas de combates navais e naufrágios. Um filme que terá que viver à altura da imensa obra em que se inspira, da autoria do inglês Patrick O'Brian (1914-2000).
O rigor histórico tipicamente britânico encerrado nas novelas plenas de acção e aventura popularizaram dois destemidos jovens oficiais da Royal Navy cuja heróica carreira na Marinha de Sua Magestade durante as Guerras Napoleónicas é sobejamente conhecida em todo o mundo anglo-saxónico.
Trata-se de uma das mais longas series literárias (20 volumes) dedicadas à história maritima, escritas por Richard Patrick Russ, o qual, sob o pseudónimo Patrick O’Brian, deu vida deu vida a Jack Aubrey e Stephen Maturin, respectivamente capitão e futuro Almirante da Royal Navy e o seu amigo cientista e médico de bordo, num ambiente de grande autenticidade histórica, a bordo da fragata HMS «Surprise», navio predilecto dos seus personagens. Se tudo correr bem, a navegar vamos.
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