O litoral de Marrocos, tal como já escrevemos há dois "posts" atrás, foi pontuado nos séculos XV e XVI de vilas amuralhadas pelos conquistadores e construtores portugueses. Erguidas à beira-mar para defender os ocupantes, são hoje uma das principais atracções turísticas.
Uma conclusão não deixa de ressaltar, depois de lidas milhares de páginas saídas das penas de muitos historiadores que descreveram a história lusa em Marrocos, tal como em tantos pontos do império português de outrora: se outras ideias houvera, alguém poderia ter composto um autêntico roteiro das praias do império, de Marrocos às Filipinas.
Aqui fica a ideia, de que me lembro tantas vezes, mas que penso poderia ser escrito hoje em dia. Porque ainda não estão totalmente desvirtuadas. Estes destinos idílicos, de que já nos esquecemos que fomos os primeiros europeus a desfrutar, vendem-se hoje sem qualquer outra informação adicional para além das notórias delícias do sol e da praia (juntamente com as incontornáveis diversões nocturnas). "Des-identificámo-nos", se assim se pode dizer, destas nossas velhas conhecidas praias. Verdadeiros paraísos avidamente procurados pelas suas águas quentes, fauna exótica abundante e clima ameno, contam-se, ente outras, as ilhas atlânticas de Fernão de Noronha (Brasil), Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Santa Helena (onde morreu Napoleão), bem como as ilhas do Índico, Seychelles, Maldivas e Diego Garcia (de onde partiam os B-52 para bombardear o Afeganistão e o Iraque...). Afinal, estes são destinos onde muitos portugueses vaguearam, entre uma e outra missão de descoberta e conquista, por entre naufrágios, combates e outros acidentes do mar. Se hoje ainda são idílicos, imagine-se numa época onde não existia gasolina, óleo de motor, plástico, borracha (pneus) ou imensos esgotos urbanos. Sobre isto e não só, prometo mais em próximas actualizações. Só para marítimos...
P.S.
A propósito de viagens culturais, aconselho leitura do Diário de Bordo, divertido e instrutivo. Digressões geográficas bem-dispostas, desde a visita às bizarras relíquias em Budapeste ao Museu do navio Viking algures na Noruega. Uma marítima de se lhe tirar o chapéu. Sigam a bússola...
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